| Super Crentes: é preciso resgatarmos valores da Palavra de Deus. |
O princípio da redenção deixa claro para os cristãos, que fomos libertos de uma servidão forçada, o que nos torna escravos e passamos para a servidão por escolha, onde somos servos. Em hebraico, ebed é a mesma palavra, que traduzida para o português como escravo ou servo, dependendo da condição a ser aplicada.
Uma vez que somos redimidos, somos agora propriedade do nosso redentor. Porém a questão é como aceitamos passar de uma condição de servidão há outra? A história da libertação do povo de Deus do Egito pode nos ajudar a entender esta questão.
Quando Moisés negociou a libertação dos hebreus, que estavam escravizados no Egito, por várias vezes ele se utilizou da palavra servo. Deus disse a Moisés “...e lhe dirás: O Senhor, o Deus dos hebreus, me enviou a ti para te dizer: Deixa ir o meu povo, para que me sirvas no deserto” ( Êxodo 7.16)
Devido as várias situações de pragas e pestilências os servos do faraó, exaustos disseram “ ...deixa ir os homens, para que sirvam ao Senhor, seu Deus”(Êxodo 10.7). Irritado o Faraó se entregou e os deixou ir.
Porém mal saíram e o faraó mudou de idéia e os queria trazer de volta. O povo hebreu, em meio ao caminho, percebe que já não tinha mais saída. Moisés os conduzirá para um beco sem saída.
| Moisés diante do mar vermelho |
O que percebemos aqui ? um ato redentor, onde o Senhor se utiliza de um servo seu como instrumento para conduzir o seu povo à grande salvação. Porém, o fato de termos sido salvos, redimidos não significa que não tenhamos agora compromisso algum com aquele nos salvou e redimiu. A redenção é só o inicio de uma nova e intensa jornada.
Não estamos mais debaixo da servidão forçada, porém, agora escolhermos servir ao Senhor Jesus. O povo hebreu, no deserto, recebeu todas as instruções do seu Senhor, de como deveriam proceder e de como deveriam andar, e isso implicava em uma vida se servidão a Deus e seus preceitos.
Uma frase que me toca é a de John Flavel que diz : “ A maior dificuldade na conversão é ganhar o coração para Deus; e a maior dificuldade após a conversão é manter o coração em Deus...”.
Uma questão natural
Jesus, ainda na adolescência , aos doze anos de idade, já tinha uma exatidão desta verdade em seu caráter de vida. Servir a Deus não se tratava apenas de religião, protocolo, tradição ou duas vidas. E sim, algo inserido na vida de Cristo. E assim deve ser na vida do cristão.
E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai? (Lucas 2.49).
Há uma necessidade de entendermos que estamos envolvidos em um grande empreendimento, o maior empreendimento do universo. Há uma grandeza que envolve a vida cristã e o serviço cristão.
Coisas da Vida
Há muitas questões que nos fazem perder o foco desta verdade. O inimigo nos aperta e oprime, e muitas vezes não dos deixando escapatória. É exercito por um lado e mar do outro. Mais deveria haver uma naturalidade nas questões espirituais em nossas vidas, de forma que possamos entender que servir a Deus vai além dos limites da terra e da vida.
Há uma batalha sendo travada. Há um faraó atrás de nos tornar a fazer escravos. Satanás esta querendo reaver o que foi perdido para Deus em Cristo. E hoje, de uma maneira sutil, não de forma aberta e declarada como outrora, mais agora nos mínimos detalhes. Veja a situação que ocorre com Maria e José.
E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa. E, regressando eles, terminados aqueles dias, ficou o menino Jesus em Jerusalém, e não o soube José, nem sua mãe. Pensando, porém, eles que viria de companhia pelo caminho, andaram caminho de um dia, e procuravam-no entre os parentes e conhecidos; E, como o não encontrassem, voltaram a Jerusalém em busca dele. E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os. E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas. E quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos. E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai? E eles não compreenderam as palavras que lhes dizia. E desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava no seu coração todas estas coisas. (Lucas 2.42-50)
Preste a atenção nos detalhes, José e Maria foram para Jerusalém, para a festa como de costume – religiosidade e tradição. Falta de atenção ou quem sabe a atenção envolvida demais com coisas não tão importantes. Perca de tempo em não procura no lugar em que o menino de fato estaria, até mesmo por ser quem era ( e eles sabiam quem Ele era).
As emoções envolvidas com a perda, dá para imaginar a situação que viveu Maria e José diante do desaparecimento de Jesus ? não se tratava de perder um filho, mais sim o filho de Deus. Fica claro através da resposta dada por Jesus, que Maria e José não entendiam ou não haviam de dado conta da importância de qual é o nosso papel como cristãos.
O que é de esperar dos cristãos ?
Era natural que Jesus estivesse na sinagoga. Era de se esperar que Jesus estivesse em busca de cuidar do que lhe diz respeito, os negócios do Pai; O que é de se esperar de nós cristãos ? Filhos, servos do Senhor ? É que estejamos envolvidos com o Reino de Deus. Veja o que Paulo diz :
PORTANTO, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. (Colossenses 2.1-3)
Há exegese do texto não esta dizendo que não podemos de devemos ter atividades desta vida, temos uma vida prática e diária, e não há como não se envolver. Mais sim de uma consciência de quem somos. Precisamos ter a consciência de que somos peregrinos nessa terra, e hoje estamos muito focados na terra e muito distantes do céu.
Todos os nossos sonhos, projetos e realizações estão dentro de um cronograma que acreditamos que iremos viver e alcançar. Porém, não estamos preparados para caso isso não ocorra.
Paulo diz : "Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens." (I Coríntios 15 : 19)
Somos alistados para guerra
Conhecemos irmãos que tem uma vida abençoada, fiéis a Deus, porém ficam presos dentro de casa preocupados tão somente em adorar, como a noiva a espera do noivo, enquanto há uma batalha lá fora. Quando saímos da escravidão do pecado, somos arregimentados para servir a Deus na batalha.
Veja o que Paulo diz para Timóteo : "Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra." (II Timóteo 2:4)
A nossa batalha é travada no âmbito espiritual, e o apóstolo Paulo orienta dizendo: “ Este mandamento te dou, meu filho Timóteo, que, segundo as profecias que houve acerca de ti, milites por elas boa milícia; conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.” (I Timóteo 1.18-19)
| a igreja atual precisa retornar a Palavra de Deus. |
De volta ao início de tudo
Talvez, alguns de nós precisemos retornar. Não voltar atrás pela incapacidade de manter o novo. Mais, sim, rever conceitos e valores perdidos. Essa orientação Jesus traz na carta endereçada a igreja de Eféso no livro de Apocalipse.
Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos. E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste. Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres. (Apocalipse 2.2-5)
O protesto de Cristo é referente a um valor imensurável perdido, o primeiro amor. Aquele fogo intenso, quem outrora ardeu em nosso coração, onde colocávamos a Cristo acima de tudo e todos, tal qual o próprio Cristo nos disse :
"Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo." (Mateus 13 : 44)
Hoje, nesta hora, o Senhor esta nos chamando a uma retomada de valores fundamentais:
• Somos propriedades de Deus, e ele o nosso Senhor.
• A vida cristã e seus preceitos nos devem ser naturais
• A batalha faz parte da vida, como as demais coisas da vida
• Nesta batalha, somos alistados para o fronte
• As vezes vai ser preciso retornar atrás e rever conceitos e valores
• E nunca, nunca perder o amor e a paixão que vem de Deus
Palavra ministrada domingo 10 de julho de 2011 pelo Pr. Douglas Faro, no culto de Comunhão e Adoração da Comunidade de Vidas Restauradas.
Douglas Faro é, pastor titular da Comunidade de Vidas Restauradas a sete anos, casado com Denise e pai da Rebecca Vitória.
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