14/07/2011

Resgatando Valores Perdidos - Por Pr.Douglas Faro

 Super Crentes: é preciso resgatarmos valores da Palavra de Deus.  
O princípio da redenção deixa claro para os cristãos, que fomos libertos de uma servidão forçada, o que nos torna escravos e passamos para a servidão por escolha, onde somos servos. Em hebraico, ebed é a mesma palavra, que traduzida para o português como escravo ou servo, dependendo da condição a ser aplicada.

Uma vez que somos redimidos, somos agora propriedade do nosso redentor. Porém a questão é como aceitamos passar de uma condição de servidão há outra? A história da libertação do povo de Deus do Egito pode nos ajudar a entender esta questão.

Quando Moisés negociou a libertação dos hebreus, que estavam escravizados no Egito, por várias vezes ele se utilizou da palavra servo. Deus disse a Moisés “...e lhe dirás: O Senhor, o Deus dos hebreus, me enviou a ti para te dizer: Deixa ir o meu povo, para que me sirvas no deserto” ( Êxodo 7.16)

Devido as várias situações de pragas e pestilências os servos do faraó, exaustos disseram “ ...deixa ir os homens, para que sirvam ao Senhor, seu Deus”(Êxodo 10.7). Irritado o Faraó se entregou e os deixou ir.

Porém mal saíram e o faraó mudou de idéia e os queria trazer de volta. O povo hebreu, em meio ao caminho, percebe que já não tinha mais saída. Moisés os conduzirá para um beco sem saída.

Moisés diante do mar vermelho
Eles demitiram Moisés dizendo “... Deixe-nos em paz”, já estavam prontos para voltar para a escravidão. Um dia depois Moisés os viu na outra margem, gritando e cantando – salvos ! Mais Moisés ainda era um servo, como era o povo que ele conduziu. As condições de servo de Moisés não mudaram: “ Israel pôs nele [no Senhor] a sua confiança, como também em Moisés, seu servo” (Êxodo 14.31). ( Adaptado de : O Caminho de Jesus e os Atalhos da igreja, páginas 199-200, de Eugene H. Peterson – editora Mundo Cristão)

O que percebemos aqui ? um ato redentor, onde o Senhor se utiliza de um servo seu como instrumento para conduzir o seu povo à grande salvação. Porém, o fato de termos sido salvos, redimidos não significa que não tenhamos agora compromisso algum com aquele nos salvou e redimiu. A redenção é só o inicio de uma nova e intensa jornada.

Não estamos mais debaixo da servidão forçada, porém, agora escolhermos servir ao Senhor Jesus. O povo hebreu, no deserto, recebeu todas as instruções do seu Senhor, de como deveriam proceder e de como deveriam andar, e isso implicava em uma vida se servidão a Deus e seus preceitos.

Uma frase que me toca é a de John Flavel que diz : “ A maior dificuldade na conversão é ganhar o coração para Deus; e a maior dificuldade após a conversão é manter o coração em Deus...”.

Uma questão natural

Jesus, ainda na adolescência , aos doze anos de idade, já tinha uma exatidão desta verdade em seu caráter de vida. Servir a Deus não se tratava apenas de religião, protocolo, tradição ou duas vidas. E sim, algo inserido na vida de Cristo. E assim deve ser na vida do cristão.

E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai? (Lucas 2.49).

Há uma necessidade de entendermos que estamos envolvidos em um grande empreendimento, o maior empreendimento do universo. Há uma grandeza que envolve a vida cristã e o serviço cristão.

Coisas da Vida

Há muitas questões que nos fazem perder o foco desta verdade. O inimigo nos aperta e oprime, e muitas vezes não dos deixando escapatória. É exercito por um lado e mar do outro. Mais deveria haver uma naturalidade nas questões espirituais em nossas vidas, de forma que possamos entender que servir a Deus vai além dos limites da terra e da vida.

Há uma batalha sendo travada. Há um faraó atrás de nos tornar a fazer escravos. Satanás esta querendo reaver o que foi perdido para Deus em Cristo. E hoje, de uma maneira sutil, não de forma aberta e declarada como outrora, mais agora nos mínimos detalhes. Veja a situação que ocorre com Maria e José.

E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa. E, regressando eles, terminados aqueles dias, ficou o menino Jesus em Jerusalém, e não o soube José, nem sua mãe. Pensando, porém, eles que viria de companhia pelo caminho, andaram caminho de um dia, e procuravam-no entre os parentes e conhecidos; E, como o não encontrassem, voltaram a Jerusalém em busca dele. E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os. E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas. E quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos. E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai? E eles não compreenderam as palavras que lhes dizia. E desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava no seu coração todas estas coisas. (Lucas 2.42-50)

Preste a atenção nos detalhes, José e Maria foram para Jerusalém, para a festa como de costume – religiosidade e tradição. Falta de atenção ou quem sabe a atenção envolvida demais com coisas não tão importantes. Perca de tempo em não procura no lugar em que o menino de fato estaria, até mesmo por ser quem era ( e eles sabiam quem Ele era).

As emoções envolvidas com a perda, dá para imaginar a situação que viveu Maria e José diante do desaparecimento de Jesus ? não se tratava de perder um filho, mais sim o filho de Deus. Fica claro através da resposta dada por Jesus, que Maria e José não entendiam ou não haviam de dado conta da importância de qual é o nosso papel como cristãos.

O que é de esperar dos cristãos ?

Era natural que Jesus estivesse na sinagoga. Era de se esperar que Jesus estivesse em busca de cuidar do que lhe diz respeito, os negócios do Pai; O que é de se esperar de nós cristãos ? Filhos, servos do Senhor ? É que estejamos envolvidos com o Reino de Deus. Veja o que Paulo diz :

PORTANTO, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. (Colossenses 2.1-3)

Há exegese do texto não esta dizendo que não podemos de devemos ter atividades desta vida, temos uma vida prática e diária, e não há como não se envolver. Mais sim de uma consciência de quem somos. Precisamos ter a consciência de que somos peregrinos nessa terra, e hoje estamos muito focados na terra e muito distantes do céu.

Todos os nossos sonhos, projetos e realizações estão dentro de um cronograma que acreditamos que iremos viver e alcançar. Porém, não estamos preparados para caso isso não ocorra.

Paulo diz : "Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens." (I Coríntios 15 : 19)

Somos alistados para guerra

Conhecemos irmãos que tem uma vida abençoada, fiéis a Deus, porém ficam presos dentro de casa preocupados tão somente em adorar, como a noiva a espera do noivo, enquanto há uma batalha lá fora. Quando saímos da escravidão do pecado, somos arregimentados para servir a Deus na batalha.

Veja o que Paulo diz para Timóteo : "Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra." (II Timóteo 2:4)

A nossa batalha é travada no âmbito espiritual, e o apóstolo Paulo orienta dizendo: “ Este mandamento te dou, meu filho Timóteo, que, segundo as profecias que houve acerca de ti, milites por elas boa milícia; conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.” (I Timóteo 1.18-19)

a igreja atual precisa retornar a Palavra de Deus.
Estas armas apresentadas por Paulo são fundamentais para o cristão na sua milícia: não esquecer das profecias que outrora nos foram entregues; militar a boa milícia – lutar por algo que tem valor eterno -, conservar a fé fala de manter-se confiante em Deus – que a seu tempo cumpre todas as coisas-, e uma boa consciência – mantendo-se longe do pecado – armas sem as quais, estamos fadados ao naufrágio da fé.

De volta ao início de tudo

Talvez, alguns de nós precisemos retornar. Não voltar atrás pela incapacidade de manter o novo. Mais, sim, rever conceitos e valores perdidos. Essa orientação Jesus traz na carta endereçada a igreja de Eféso no livro de Apocalipse.

Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos. E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste. Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres. (Apocalipse 2.2-5)

O protesto de Cristo é referente a um valor imensurável perdido, o primeiro amor. Aquele fogo intenso, quem outrora ardeu em nosso coração, onde colocávamos a Cristo acima de tudo e todos, tal qual o próprio Cristo nos disse :

"Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo." (Mateus 13 : 44)

Hoje, nesta hora, o Senhor esta nos chamando a uma retomada de valores fundamentais:

• Somos propriedades de Deus, e ele o nosso Senhor.
• A vida cristã e seus preceitos nos devem ser naturais
• A batalha faz parte da vida, como as demais coisas da vida
• Nesta batalha, somos alistados para o fronte
• As vezes vai ser preciso retornar atrás e rever conceitos e valores
• E nunca, nunca perder o amor e a paixão que vem de Deus

Palavra ministrada domingo 10 de julho de 2011  pelo Pr. Douglas Faro, no culto de Comunhão e Adoração da Comunidade de Vidas Restauradas.

Douglas Faro é, pastor titular da Comunidade de Vidas Restauradas a sete anos, casado com Denise e pai da Rebecca Vitória.

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